terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Soir.

Alice corre pelos caminhos de volta, nao freia nas curvas, curvas que poderiam ser quadris ou os seios do seu delirio.
Pensa, entre um carro e outro, sobre estar a pouco nua sobre a cama e que palavras violam bem mais que dedos e linguas e braços e mãoaberta em tapa. Por alguns instantes se sente puta de si, prostituida por seus proprios conceitos. Alice grita alguma musica vulgar enquanto pensa na receita preparada ao meio dia, na melancolia surda que anda pelas suas ruas. No fundo sabe que o silencio não é o melhor de si e que mais valem os gritos febris que o nao dito apático e vil.
Afundada na docura que tem lhe sido o veneno, desvia-se das imagens que lhe ocorrem e tenta se manter na superficie morna e acalentadora.